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Uma carpintaria que molda a esperança

Date 03-04-2024

por ARSENAL DA ESPERANÇA

No mês de março, o Arsenal da Esperança deu continuidade à parceria com o SENAI e a empresa Mendes Júnior e desta vez ofereceu aos acolhidos o curso de Carpintaria. O grupo, após os dez dias de aulas, já saiu com suas carteiras registradas para trabalhar nas obras da Linha 2 Verde do Metrô, contratados pela Mendes Júnior.

Conversamos com Cristiano, de 27 anos, um dos integrantes da primeira turma de Carpintaria dentro do Arsenal, que nos conta como é a experiência de terminar o curso e já ir trabalhar na obra, colocando em prática todo o aprendizado que teve sobre a carpintaria, mas também adquirindo mais ainda conhecimento estando dentro da obra.

Como você conheceu o Arsenal?

-Venho do Estado do Espírito Santo e quando vim para São Paulo, acabei conhecendo o Arsenal da Esperança, e essa é a minha segunda vez aqui no Arsenal. O Arsenal é importante para nós, porque nos dá a possibilidade de poder sonhar, realizar nossos sonhos. Ainda mais agora que o Arsenal se juntou com essa empresa, a Mendes Júnior, e os dois deram essa oportunidade de trabalho para nós. E dessa oportunidade, creio eu, que aqueles que estão focados em realizar os seus sonhos e os seus desejos podem conquistar aquilo que almejam.

O que você compartilharia sobre o curso de carpintaria?

-A partir do Serviço Social da casa, tive todas as orientações sobre o curso e o processo seletivo da Mendes Júnior dentro do Arsenal. Esse curso é bastante bacana, porque ele te mostra qual é a real intensão dele, ou seja, quando você chega na aula dá para saber quais são as coisas que você vai ter que exercer dentro da obra. O carpinteiro de fôrma, ele trabalha junto com os armadores de ferragem [de concreto], então é um do lado do outro, se os armadores errarem, o carpinteiro não conseguiria concluir o trabalho dele e ficaria um serviço pela metade. Os dois grupos precisam trabalhar lado a lado e eles não podem errar em parte alguma. Por isso que desde o curso aprendemos a mexer com a trena, o esquadro, e sempre a manter esse conhecimento para dar o acabamento correto no serviço.

Como estão sendo as primeiras semanas na obra? A experiência de ter saído do curso e ir agora para a obra?

-As primeiras semanas são bastante puxadas, porque meu corpo ainda está adaptando com o clima da obra, com o clima do ambiente, então cabe a mim a manter o ritmo que a empresa quer e colaborar com tudo que está dentro dos padrões. A começar pelo EPI, tudo tem que estar bem direitinho, senão você não entra dentro da obra, porque é uma obra com bastante risco iminente, a gente não pode ficar vulnerável. Então durante o dia a dia a gente sempre tem que estar atento em tudo. É um trabalho que conta muito o coletivo e se não tiver o coletivo, não formamos uma equipe.

O que você já aprendeu estando lá na obra?

-Aprendi tudo e mais um pouco. Logo depois do curso, nos primeiros seis meses de trabalho, a gente exerce a função de ajudante geral, então entramos dispostos a mexer em várias áreas, por exemplo: ajudante dos sinaleiros, dos carpinteiros de fôrma, dos serventes de pedreiro, enfim, a gente fica exposto a vários trabalhos dentro da obra. Mas mesmo assim, nós temos uma equipe com um orientador, que é o encarregado de nos passar nossas funções, e isso é bastante bacana, porque a gente não fica vulnerável sobre o que vamos fazer.

Quais são as suas perspectivas para o futuro?

-Minhas perspectivas para o futuro são bastante boas, porque estou conseguindo reatar os meus objetivos, sonhos e projetos, que estavam no papel. E todo sonho precisa ser realizado, porque se a gente não realiza ele, ele acaba virando só uma idealização. E isso é muito importante para nós que estamos aqui dentro do Arsenal da Esperança, porque somos pessoas excluídas da sociedade, nós não temos muito valor para a sociedade. Eu agradeço bastante por essa empresa ter entrado num acordo com o Arsenal e também pelo Arsenal ter aceitado. Isso é muito bom, que os dois entraram em concordância: “se é pra ajudar, então vamos ajudar”. E é o que o Arsenal vem sempre fazendo, ajudando o próximo para que o próximo possa realizar seus sonhos, seja comprar sua casa própria, seu carro próprio, e quem não tem a habilitação, tirar a habilitação. Esses também são os meus projetos que estão na expectativa. Para mim, o ano de 2024 está sendo muito importante, porque 2023 se passou e nada disso aconteceu. Agora eu tenho a certeza de estar concluindo os meus sonhos.

Nunca imaginaria que com 27 anos eu estaria dentro de uma casa de acolhida, mas mesmo assim tenho que levantar a cabeça para o céu e agradecer, porque eu poderia estar em lugares piores ou sem vida, porque o mundo nos dá bastante desafios, então cabe a nós a escolher qual caminho vamos percorrer.


Clique aqui e conheça uma outra história de esperança desta turma. 


Fotos: José Luiz Altieri 

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